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A cigana que levou sua arte a Hollywood

  • Por Casa Estrelas
  • 01 mai., 2019

Carmen Amaya  - La Capitana

Carmen Amaya Amaya, cigana dos pés a cabeça, bailaora e cantora, conhecida mundialmente no mundo da arte do bailado com seu próprio nome : Carmen Amaya. 
Não se sabe ao certo a data de nascimento de Carmen Amaya,  pois ela nasceu em uma comunidade cigana itinerante, sem documentação.

Mas o mais provável é que ela tenha nascido em Somorrostro, distrito de Barcelona, em 02 de novembro de 1913. Filha do guitarrista José Amaya Amaya 'El Chino', Carmen Amaya era a segunda de onze filhos do casal, sendo que apenas seis sobreviveram até a fase adulta, devido às grandes dificuldades financeiras da família.

Carmen começou a dançar ainda muito pequena, acompanhando o pai. Aos seis anos de idade, com o apelido de 'La Capitana', já era famosa, e aos oito estava se apresentando no Palace Theatre de Paris.

Ficou conhecida no mundo do bailado em sua época como "La Capitana".

Considerada "a maior dançarina de flamenco e dança cigana de sua geração", foi a primeira dançarina a executar passos antes reservados apenas aos dançarinos do sexo masculino. Às vezes ela se apresentava com calças de cintura alta, para demonstrar a sua força na dança. 

fonte:  https:// br. blastingnews. com

Carreira Internacional

Foi descoberta pelo crítico Sebastian Gasch quem com seus artigos a levou a fama internacionalmente.
Palavras de Sebastian  ao assistir sua apresentação: " Um diamante. E a cigana bailava. Indescritível. Alma. Alma pura. Um sentimento feito de carne. O tablado vibrava com a sua forma feroz e de incrível precisão. La Capitana era um produto bruto da natureza. Como todos os ciganos, e devia ter nascido dançando. Era a anti-escola, a anti-academia. Tudo que sabia já devia saber ao nascer. ........"

Bailou na Casa Branca nos Estados Unidos 

Fonte: wikipédia

1942 estreou nos Estados Unidos, num grupo flamenco integrado por seu pai e irmãos, no âmbito da revista de Broadway Ríe, ciudad, ríe, e onde se consagrou como artista naquele país.

1944  partiu a Hollywood , onde participou em diferentes filmes como protagonista. Viajou pelo país todo, de San Francisco a Nova Iorque, e até foi recebida na Casa Branca. Dançou e cantou ante o presidente Franklin Delano Roosevelt , e virou a estrela mais popular de aquela época. O presidente Roosevelt a presenteia com uma jaqueta de boliche com diamantes.

1947 voltou à Espanha para apresentar um espetáculo de dança e música de extrema qualidade, ainda que se pudesse perceber uma certa influência norte-americana. 

1948 iniciou uma outra viagem pelos países de Hispano-América e também atingiu um sucesso notável. Mais tarde viajou pela Europa e o norte de África. Na Inglaterra foi recebida por Winston Churchill , que ficou entusiasmado.

1955 foi recebida novamente nos Estados Unidos. O presidente  Harry S. Truman enviou-lhe uma escolta de motocicletas e percorreu as estradas de Nova Iorque. A sua apresentação no Carneggie Hall constituiu um grande acontecimento. Nessa mesma época durante sua turnê norte-americana diziam que ela teve um romance com o ator Marlon Brando, o que causou um escândalo na época, mas nada foi confirmado. Carmen tinha 43 anos e o ator 31.

1958 voltou à Espanha com um espetáculo que conservava a energia e a autenticidade das suas danças ciganas, mesmo que tivesse adotado um caráter claramente norte-americano, o que produziu algumas reticências da crítica. Alguns dos filmes em que participou foram: La hija de Juan Simón, Los amores de un torero, Follow the Boys, María de la O ou Los Tarantos.

Morrer bailando aos 50 anos com crise renal

Carmen Amaya tinha problemas graves renais desde pequena e em uma época que não havia condições para tratamentos como existe hoje.
O bailado forte a ajudava a eliminar as toxinas do corpo . Nessa época a doença levava as pessoas a viver até os 35 anos e ela viveu até os 50 anos, um verdadeiro milagre e paixão pela vida.

Seu funeral reuniu um imenso número de pessoas das mais diversas partes da Europa. Foi enterrada em Begur, onde viveu seus últimos dias. Em 1964, os professores Solano Leon e Carmen, que compuseram a canção dedicada à memória de Carmen Amaya, que dizia que toda a Espanha chorou sua partida. Em 1966, foi inaugurado o monumento no parque de diversões de Montjuic, Joan Brossa Gardens hoje em Barcelona e em Buenos Aires uma rua foi dedicado a ela, enquanto em Madrid, no "Tablao" Os califas, ele prestou homenagem durante o qual entre outros artistas Lucero Tena, Mariquilla e Félix de Utrera.

Amaya constituiu um repertório em que temas populares se irmanavam às composições clásssicas de Albeéniz, De Falla, Granada, Turina, e seu maior sucesso era a farruca, dança vigorosa e agressivamente sensual que , em geral, só é interpretada por homens




Carmen Amaya é um capítulo à parte na história da dança flamenca na Espanha e no mundo. Seu ímpeto e estilo tornaram-na uma figura mitológica da tradição cigana por onde esteve. Vestindo calças cintura alta e colete, trouxe uma dança forte e desfeminilizada de forma a encantar a crítica com sua imagem inconfundível. Há relatos de muitos que com ela conviveram falando de seu amor e carinho por toda a sua família. Não teve filhos , mas cuidou de cada familiar com o que ganhou na sua espetacular carreira.
Muitos também relataram que quando ela bailava havia algo quizá sobrenatural na sua forma se expressar tal era a energia e a luz que emanava enfeitiçando as pessoas. Talvez as deusas do bailado ao senti-la tão entregue e com tanto amor e coração a acompanhavam mais de perto....agora só Deus para dizer. O certo é que essa bailaora merece de todas as gerações e de todos os bailaores de flamenco ciganos ou não respeito e reverência. 
Um talento cigano que merece ser lembrando e estudado e assim quem sabe vamos ter o prazer de assistir mais perfomaces que nos toquem a alma e o coração!

Optchá!
Dalillá Ferrari

Um pouco de Carmen Amaya

Casa Estrelas Ciganas

Por Casa Estrelas Ciganas 08 dez., 2019
Fake News...não é um problema dos tempos modernos... Infelizmente já existe há milhares...milhões de anos...
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